terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mais de metade dos pais erra na dose de medicamentos, segundo estudo Português

Mais de metade dos pais erra na dose de medicamentos

 
Estudo apresentado em Lisboa alerta para más decisões no uso de remédios de venda livre. Só 14% dos pais sabem quando e como devem medicar os filhos

A maioria dos pais erra na dose de medicamentos que dá aos filhos. E muitos põem as crianças em risco ao abusarem de remédios de venda livre para a tosse, febre e constipação. A conclusão é de um estudo de uma equipa de investigadores da Universidade de Sydney, na Austrália, e foi apresentado no Congresso Mundial de Farmácia, que decorre esta semana em Lisboa.

Os investigadores estudaram quase 100 adultos - 53 mães, sete pais e 37 amas e outros responsáveis pelo acompanhamento de crianças entre os quatro e os cinco anos, durante o dia. E concluíram que os erros nas doses de medicamentos, em particular os xaropes, são responsáveis por um elevado número de intoxicações que ocorrem todos os anos.

A maioria usa colheres para medir a quantidade certa de tratamento, mas acaba por fazer mal as contas e administra uma dose errada. Sessenta e um por cento erram as medidas, 44% porque não dá o remédio suficiente, 17% porque exageram e levam as crianças a tomar medicamentos a mais.

A equipa australiana, liderada pela médica Rebekah Moles, testou ainda os conhecimentos dos pais na identificação das situações em que deve ser dada medicação. Criaram cenários hipotéticos - um exemplo era as crianças sentirem-se quentes, irritadiças, mas continuaram a brincar, a beber e a comer - e perguntaram aos responsáveis pelas crianças como agiriam se a situação fosse real. Durante a simulação, forneciam medicamentos de venda livre, várias colheres e outros instrumentos de medição. Os voluntários decidiam em que situações administrar medicamentos e eram depois convidados a medir a dose certa. 
 
Para surpresa dos investigadores, 7% dos voluntários decidiram dar medicamentos às crianças sem medir a febre e outros 46% optaram por recorrer a tratamentos mesmo quando a temperatura estava abaixo dos 38oC. Contas feitas, apenas 14 dos adultos tomaram a decisão certa em cada cenário.

"Ficámos surpreendidos e preocupados ao concluir que há pessoas que pensam que os medicamentos são seguros só porque podem comprá-los sem receita médica", afirmou a coordenadora do estudo. Rebekah Moles deu ainda o exemplo de um pai que respondeu "que como o Panadol está disponível em todo o lado, dar o dobro da dose não poderia fazer qualquer mal à criança".

O estudo terá continuação, com os investigadores a visitarem farmácias e lojas de medicamentos sem receita, para perceberem se são dados os conselhos certos.

Remédios lideram no país Os números portugueses dos últimos anos apontam para uma média de 30 crianças intoxicadas por dia. Os medicamentos estão no topo da lista das intoxicações em crianças, à frente de detergentes, lixívias e produtos tóxicos. Mas os dados divulgados pelo Centro de Informações Antiveneno (CIAV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não permitem perceber a forma como os bebés chegam aos remédios. Certo é que os medicamentos são responsáveis por mais de seis mil ocorrências num universo de cerca de 10 mil. É mais de metade dos casos que motivam chamadas para este serviço, o que levou o INEM a lançar há uns anos uma campanha nacional de prevenção para o fenómeno.  

por Rute Araújo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Segundo estudo, 85% de novos medicamentos oferecem pouca utilidade

As empresas farmacêuticas foram acusadas de enganar o público por anunciar medicamentos patenteados com poucas novidades a oferecer e, ao mesmo tempo, minimizar seus efeitos colaterais. A informação foi publicada no site do jornal britânico "Independent" na quarta-feira (18).
Um estudo concluiu que até 85% de novos remédios oferecem pouco ou nenhum benefício novo, e ainda podem causar danos graves, devido à toxicidade ou uso indevido.
O autor da pesquisa, Donald Light, professor da política de saúde comparada na Universidade de Medicina e Odontologia de Nova Jersey defende que "às vezes as companhias de drogas escondem ou ignoram informações sobre os graves efeitos colaterais e exageram sobre os benefícios das novas drogas. Em seguida, gastam duas ou três vezes mais em marketing do que em pesquisa para convencer os médicos a prescrever estas drogas novas. Os médicos podem obter informações enganosas e desinformar os pacientes sobre os riscos de uma nova droga."
O professor apresentou um documento sobre a crítica na terça-feira (17), na reunião anual da American Sociological Association, em Atlanta, Geórgia.
O estudo inclui dados de revisores independentes que indicam que 85% de novas drogas oferecem poucos --quando o fazem-- novos benefícios.
A promoção de uma droga começou com ensaios clínicos destinados a minimizar as provas dos danos e com publicações literárias que enfatizam suas vantagens, afirmou Light.
Com base neste fundamento, as empresas farmacêuticas encenaram campanhas maciças para vender o produto, quando um lançamento limitado controlado permitiria evidência de seus efeitos, argumentou.
Ele acusou as empresas de afundar a política de regulamento, bombardeando os órgãos que concedem licenças de drogas com um grande número de ensaios clínicos "incompletos e parciais".
Um estudo de 111 pedidos de remédios para aprovação final descobriu que em 42% estavam faltando dados de estudos; 40% foram apoiados por um teste falho de doses; 39% não tinham evidência de eficácia clínica; e 49% levantaram preocupações sobre graves efeitos colaterais, disse ele.


Fonte: Folha de São Paulo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ministério da Saúde amplia atendimento contra o câncer no SUS

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de nove novos tratamentos para câncer de fígado e de mama, leucemia aguda e linfoma. O pacote de medidas também prevê ampliação, em até 10 vezes, do valor pago por 66 procedimentos já realizados por hospitais conveniados.
Foram liberados R$ 412,7 milhões para serem investidos na reestruturação da assistência em oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS). “Esta é a maior mudança na atenção oncológica desde 1999, quando foi instituída a nova política para o setor. As alterações vão impactar de forma muito positiva na qualidade do atendimento dos 300 mil brasileiros que todos os anos acessam o Sistema Único de Saúde para o tratamento do câncer”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Nesta quarta, Temporão assinou duas portarias que reestruturam o setor e permitem a liberação de recursos a estados, Distrito Federal e municípios. “Esses investimentos a mais projetam o gasto global do Ministério da Saúde para o tratamento dessa doença para R$ 2 bilhões”, afirmou.
A aprovação dos novos valores vai permitir que esquemas quimioterápicos recentes, que adotam novos medicamentos, possam ser adquiridos e fornecidos pelos hospitais habilitados no SUS para tratar o câncer. “Estas mudanças permitem remunerar melhor os procedimentos, como também que novas técnicas e novas tecnologias sejam colocadas à disposição dos pacientes”, disse o ministro. “Permitem, por exemplo, a utilização no SUS de novas drogas, como o Rituximabe, medicamento indicado para linfoma”, completou Temporão.
Além dos novos tratamentos, os recursos adicionais serão usados também no reajuste do valor pago pelo SUS aos hospitais que realizam serviços de radioterapia.
Temporão negou que as medidas anunciadas tenham caráter eleitoreiro e afirmou que vinham sendo estudadas pelo governo há oito meses.

Fonte: G1

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EUA aprovam pílula do dia seguinte que previne gravidez até 120 horas após relação sexual

 14/08 às 18h14 O Globo com agências internacionais

WASHINGTON - Autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram, nesta sexta-feira, a comercialização no país de uma nova pílula do dia seguinte , capaz de impedir a gravidez até cinco dias depois do sexo sem proteção. A droga, chamada ella, é fabricada pelo laboratório francês HRA Pharma e será vendida nos EUA pela Watson Pharmaceuticals a partir do fim do ano.
Trata-se do primeiro contraceptivo de emergência capaz de impedir a gravidez mesmo quando tomada até cinco dias após o episódio de sexo sem proteção. A Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) justificou a liberação da pílula com base em dois testes que mostraram que a droga é eficaz e segura. "A droga não é destinada a uso rotineiro como contraceptivo", frisou a FDA em comunicado. A droga já é comercializada em muitos países da Europa.
Ella é um tipo de modulador seletivo dos receptores de progesterona, ou seja, faz parte de uma classe de drogas que interfere na produção desse hormônio que é crucial para a gravidez. A classe engloba ainda a pílula abortiva conhecida como RU-486.
De acordo com o fabricante, o risco de uma mulher engravidar se tomar a nova pílula até três dias depois de fazer sexo sem proteção é de apenas 1,9%. Tomada cinco dias depois, o percentual sobe um pouco, para 2,2%.
O lançamento da pílula causou grande polêmica entre grupos conservadores e republicanos nos EUA. Para eles, a pílula seria abortiva.

Fonte: O Globo

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Automedicação! "Informações para leigos"...

Todo dia deveria ser dia de cuidar da saúde, mas nem sempre é isso que acontece. Com os milhões de compromissos do trabalho e de casa, é fácil esquecer e descuidar de problemas aparentemente comuns, como dores de cabeça, tosse, febre… Doeu, incomodou? Ah, é só tomar um remedinho. Mas cuidado! Neste Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, que surgiu com a ideia de incentivar todos os brasileiros a se cuidarem, fica um alerta importante: a automedicação pode mascarar sintomas, agravar doenças e contribuir para efeitos colaterais. O presidente da Regional São Paulo da Sociedade Clínica Médica, Dr. Abrão José Cury Jr., listou medicamentos que costumamos consumir sem indicação médica e que podem ser perigosos para a saúde.



Laxantes
O uso indiscriminado de laxantes pode levar a alterações intestinais. Ao contrário do senso comum, caso a pessoa estiver constipada, o uso do medicamento pode complicar o quadro e, inclusive, levar à perfuração do intestino.

Xaropes
A tosse pode ser causada por diversos fatores, como infecção viral ou bacteriana, alergia, refluxo da hérnia de hiato e câncer das vias respiratórias. O uso de xarope pode mascarar os sintomas, permitindo que as doenças evoluam sem controle. Ainda de acordo com o médico, ele pode agravar o problema ou não ter efeito algum.

Antibióticos
Mesmo que acerte na escolha ao comprar um antibiótico sem indicação médica, pode-se errar no tipo do remédio e na dosagem, fazendo um tratamento errado. Além disso, com o uso frequente da medicação, podemos desenvolver resistência e, quando for realmente necessário, o uso de antibióticos não terá efeito.

Antiácidos
Muito usado para combater dor de estômago, o remédio pode mascarar sintomas de úlcera, tumor, pancreatite e até de infarto do miocárdio. O uso inadequado pode retardar o diagnóstico, comprometer o tratamento e expor ao risco de morte.

Aspirina
O medicamento é altamente utilizado, mas tem efeitos colaterais que podem ser fatais. Reconhecida como droga que previne o infarto, só pode ser consumida com indicação médica, podendo provocar problemas de estômago e hemorragias. Pode ser fatal se usada para combater a dengue.

Colírio
Sem indicação médica, a única coisa que se deve passar nos olhos é água limpa. Os colírios apresentam princípios ativos variados, como corticoides e antibióticos, podem mascarar ou exacerbar doenças se a pessoa tiver problemas prévios como glaucoma.

Cremes e pomadas
Muitas pessoas cometem o erro de achar que existem cremes e pomadas que tratam de tudo. De acordo com o médico, o uso indiscriminado pode mascarar doenças como câncer de pele, provocar dermatite de contato, ou não ter efeito.

Remédios naturais
Não pense que por ser uma substância natural, não terá efeitos colaterais. Todos os medicamentos, sem exceção, podem provocar riscos à saúde quando usados sem orientação médica.

Vitaminas
Só devem ser tomadas quando há uma real necessidade e indicação de um médico. Algumas vitaminas, dependendo da dose, podem provocar doenças. A vitamina C, por exemplo, provoca distúrbios gastrointestinais e cálculo renal. A vitamina A, quando consumida por crianças, pode provocar hipertensão craniana.

Suplementos alimentares
Podem ter efeitos tóxicos ao organismo. Muitas vezes, eles não apresentam o efeito desejado.

Casamento de remédios
Se você é do tipo que ao achar que está gripada, por exemplo, já ingere xarope para a tosse (que piora a secreção pulmonar), descongestionante nasal (que nos casos de sinusite e pneumonia piora o quadro) e injeções à base de eucalipto, absolutamente inúteis. Além disso, tudo junto pode provocar reações alérgicas e até choque anafilático.

Fonte: UOL